Câmara de João Monlevade realiza Audiência Pública sobre políticas de combate à obesidade e à gordofobia

por Acom CMJM publicado 19/04/2023 17h36, última modificação 19/04/2023 17h36

A Câmara Municipal de João Monlevade realizou na tarde desta terça-feira, 18, Audiência Pública para debater políticas de combate à obesidade e à gordofobia. O evento foi realizado em atendimento ao requerimento 15/2023 de autoria do vereador Gustavo Prandini (PTB) e contou com a participação dos vereadores Bruno Cabeção (Avante), Belmar Diniz (PT), representante da Secretaria Municipal de Saúde, Isabela Farias, a idealizadora do projeto Fênix Beleza Plus, Inara Batista Silva, e representantes da sociedade civil.

Durante a Audiência, os participantes discutiram sobre a importância da educação alimentar, a necessidade de políticas públicas que incentivem a prática de atividades físicas, a luta contra o preconceito e a discriminação das pessoas gordas, entre outros.

Gustavo Prandini informou que a Audiência foi motivada após uma conversa com a Inara sobre o assunto. Ele relatou que buscou informações sobre o tema e foi informado que o município possui 36 pessoas na fila de esperar para a realização da cirurgia bariátrica. Prandini pediu que a questão seja verificada pelo Executivo para que as cirurgias sejam realizadas.

O parlamentar também apresentou dados do Atlas Mundial da Obesidade 2022, publicado pela Federação Mundial de Obesidade, que aponta que a obesidade pode afetar quase 30% da população adulta do Brasil em 2030. “A obesidade, caso não cuidada, traz diversas limitações para a vida profissional e social, além de desencadear outras doenças, como diabetes, por exemplo. O combate à obesidade, portanto, precisa ser discutido e tratado como uma prioridade pela Saúde Pública”, destacou.

Por sua vez, Inara, contou sobre o projeto Fênix, da qual ela é a idealizadora. O projeto visa resgatar a autoestima da mulher com obesidade. “Quando a autoestima está abalada, isto pode acarretar casos de outras doenças como depressão, ansiedade entre outros. Outro fator que precisamos trabalhar é em relação a gordofobia. Em muitos locais não há acessibilidade para pessoas com obesidade, com cadeiras adaptadas por exemplo”.

Por sua vez, a representante da Secretaria de Saúde, Isabela Farias, explicou que as pessoas que aguardam na fila para a realização da cirurgia bariátrica, precisam ser acompanhadas em um período de dois anos. Ela ainda lembrou que o programa é do Estado e que o município ainda está se organizando em relação aos profissionais para fazer o acompanhamento. Ainda sobre o trabalho da secretaria, Isabela informou que a pasta dispõe de uma nutricionista, mas que já há um estudo para ampliar a oferta do profissional de nutrição, bem como educadores físicos e psicólogos com o foco na prevenção.

Na oportunidade, Isabela lembrou que no dia 20 de abriu a Prefeitura irá dar início ao projeto Nutri Saúde. O objetivo é propiciar um acompanhamento com nutricionista, aos pacientes do município com obesidade, sobrepeso, hipertensão e diabetes. Uma nutricionista fará um atendimento de forma coletiva com cerca de 30 pacientes. As pessoas que participam do projeto foram encaminhadas pelas equipes de ESF, após as equipes identificarem a necessidade do acompanhamento.

Outro assunto abordado no encontro, foi em relação a merenda escolar. A nutricionista, Noemi das Graças, vinculada à Secretaria de Educação, falou como é definida as alimentações nas escolas. Segundo ela, em 2020 foi instituída uma lei regulamentando a alimentação nas unidades de ensino. Noemi informou que para as crianças de até 3 anos de idade, não é oferecida nenhuma alimentação escolar com açúcar nem adoçada. Além disso, foi restringido o uso de alimentos ultraprocessados como biscoitos e pães. Já alimentação das crianças maiores, é oferecido por dia pelo menos dois alimentos in natura. “Há um cuidado muito grande com a alimentação escolar. A gente entende que desde pequeno é preciso prevenir não só a obesidade mas também outras doenças que acometem crianças”.

Ainda em sua fala, Noemi sugeriu que seja estudada a forma de comercialização de alimentos nas escolas. “Muitas vezes é um desafio para nós. Oferecemos uma alimentação balanceada, nutritiva e saborosa e na cantina é vendido “os inimigos da alimentação”.

Por fim, Gustavo Prandini, ressaltou que vai continuar trabalhando, junto aos vereadores e Executivo, para que seja elaborado um projeto de lei para política municipal de combate a obesidade e gordofobia, com apoio das secretarias de educação, saúde, esportes e uma equipe multidisciplinar, bem como capacitação dos profissionais na rede.

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